12.3.13

Girassol



Em seu Heliotropismo matinal, girassol dança sem deixar sequer uma pétala cair. Um sol na terra que não tem necessidade do fogo vermelho para chamar atenção. Tem uma beleza natural, o néctar. Iluminação espiritual. Sabedoria.

O vento com seu trabalho de soprar, refrescar, alisar, bater e derrubar, não arranca as pétalas da flor. Ele apenas espalha pólen e o aroma do néctar.
Alguns centímetros de distância voa um pequeno inseto, uma abelha. O inseto com seu voo torto e desengonçado aproxima-se da flor. A cheira, beija e pega um pouco de seu néctar. Cheira, beija e néctar. Cheira, beija e néctar. Esse processo repetiu-se algumas vezes por alguns dias, até numa noite o girassol soltar todas as suas pétalas e sumir. Do nada. Na manhã seguinte a abelha não encontra o girassol no mesmo local de sempre. Volta varias vezes, outras manhãs,  no mesmo local mas não encontra nada. Nenhuma pétala. Sumiu.

O inseto apenas sorrir com seu voo torto. Lembrou de algumas noites  que andava com um pouco de luz nos bolsos, que pegava de dia, para o girassol dançar à noite. A abelha adorava ver a dança no escuro. Sorriu mais uma vez, apontou para o norte e voou num voo torto.

No dia seguinte, onde todas as flores da mesma família dançavam, o inseto voltou. Olha alguns minutos para os lados e observa um caule. O inseto aproxima-se. O inseto senta. O inseto torto ficou. Não estava ali apenas pelo néctar, era por algo a mais. Algo inexplicável. E o inseto sentado ficou. Ele, um livro e um favo de mel, pois por se tratar de uma flor anual a abelha precisava de algo para passar o tempo. E espera.

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