Procurando ar, batendo as asas, chorando, pequena, grande,
sorrindo e logo depois voando alto. Acima das árvores e abaixo das nuvens.
Assim, menina pássaro nasceu.
Pássaro com penas curtas, mas com um colorido de dar inveja
a paleta de cor de qualquer pintor.
Ela voava, cantava, dançava, encantava e todos viam.
Era assim todo o dia.
E foi num desses dias, na mesma
cantoria, que ela construiu seu ninho no lugar mais alto de uma árvore. Lá, ela
canta, ela dança... ela mãe.
Três beijos, três abraços, bom dia e boa noite. Era sempre
assim todos os dias.
Com o voo e o canto alto. Acima das árvores e abaixo das
nuvens.
Os dias passavam em três, depois quatro, cinco e talvez
seis.
Beijo, abraço, bom dia e boa noite.
E os dias voavam, as penas caíam e os voos tornaram-se
caminhadas.
Mas isso nunca atrapalhou seu dia, seu canto nem tão pouco seu sorriso.
Os números dos abraços e dos beijos cresciam a cada dia. Voos e cantos para a velha menina pássaro.
Menina que hoje voa sem as penas, acima
das árvores e acima das nuvens.
E nem todos veem.
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